Aprenda mais sobre o que é neurodiversidade
A socióloga Judy Singer é uma pessoa com autismo e a primeira pessoa a utilizar o termo “neurodiversidade”. Você sabe o que é neurodiversidade? Ser uma pessoa atípica ou neurodivergente não é uma doença, mas sim uma diferença humana em que o cérebro processa de forma diferente os estímulos que recebe, por exemplo, a chegada da luz e do som. Já passou da hora de compreendermos, respeitarmos e nos portarmos de acordo com as individualidades de cada um não é mesmo? Por isso, separamos para vocês o artigo escrito pelo professor Francisco Ortega, adjunto do Instituto de Medicina Social, UERJ.
“ O termo neurodiversidade foi cunhado pela socióloga australiana e portadora da síndrome de Asperger Judy Singer, em 1999, em um texto com o sugestivo título de Por que você não pode ser normal uma vez na sua vida? De um “problema sem nome” para a emergência de uma nova categoria de diferença (Singer 1999). Mas o que é a neurodiversidade, quem são os indivíduos que se referem a esse termo como critério de identificação? Como lemos no início, “neurodiversity” — “neurodiversidade” — em Wikipedia e nas dúzias de sites dedicados ao movimento, é um termo que tenta salientar que uma “conexão neurológica” (neurological wiring) atípica (ou neurodivergente) não é uma doença a ser tratada e, se for possível, curada. Trata-se antes de uma diferença humana que deve ser respeitada como outras diferenças (sexuais, raciais, entre outras). Os indivíduos autodenominados “neurodiversos” consideram-se “neurologicamente diferentes”, ou “neuroatípicos”. Pessoas diagnosticadas com autismo, e mais especificamente portadores de formas mais brandas do transtorno — os chamados autistas de “alto funcionamento” — freqüentemente diagnosticados com a síndrome de Asperger, são a força motriz por trás do movimento. Para eles, o autismo não é uma doença, mas uma parte constitutiva do que eles são. Procurar uma cura implica assumir que o autismo é uma doença, não uma “nova categoria de diferença humana”, usando a expressão de Singer (1999:63).” ( ORTEGA, Francisco. 2008. “O sujeito cerebral e o movimento da neurodiversidade”. Mana, v. 14, n. 2, pp. 477-509)
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REFERÊNCIAS:
ORTEGA, Francisco. 2008. “O sujeito cerebral e o movimento da neurodiversidade”. Mana, v. 14, n. 2, pp. 477-509